A ARTE DA CAPOEIRA

O Conselho mantém uma parceria com o GRUPO TRIBO JERI que realiza um trabalho com crianças e adolescente com a capoeira.

O GRUPO TRIBO JERI

 

O grupo TRIBO JERI foi fundado em 01 de março de 2005, pelo instrutor de capoeira Wesley Marques de Carvalho, o Erlim e Danilo Menezes da Silva, o Chico Bento. O instrutor Welim já mantinha na vila de Jericoacoara um trabalho de roda de capoeira na praia, shows folclóricos e passando o recado para moradores e visitantes da importância da preservação ambiental, conscientização ecológica, além de manter um trabalho de capoeira com crianças e adolescentes a um ano e meio, com a ajuda do monitor Chico.
 
Com essas aulas as crianças desenvolvem a arte da capoeira, tirando-as das ruas evitando o consumo de drogas e ensinando a respeitar o seu próximo. O objetivo inicial do projeto é ensinar a arte da capoeira para crianças e adolescentes, que futuramente poderá ser usada por eles como uma profissão.
 
Lá os alunos  desenvolvem a prática de fazer instrumentos ( berimbau, caxixi, etc) per cursivo, educação ecológica, a tocar, dançar ,cantar, adquirindo habilidades físicas ,mentais e são instruídos a não faltarem a escola do ensino públicos, com pena de não mais receberem aulas, evitando-se assim a evasão escolar.  Além  disso tudo, a capoeira é muito mais, é história do Brasil, é arte, é cultura, é filosofia de vida.   
 
 

A HISTÓRIA DA CAPOEIRA - POR MESTRANDO ERLIN

 

Quero ressaltar que antes de contar esta história, talvez já tenham por aqui passado outros capoeiristas. Tenho 30 anos, 23 de capoeira. Viajei pesquisando a capoeira nas praias do nordeste, Fortaleza, Rio Grande do Norte e Bahia. Viajei a Europa, fiz trabalho em Londres na escola internacional de Londres, saindo de lá deixei um grupo de 14 adultos e 18 crianças e adolescentes, deixei o trabalho com o grupo Amazonas. Passei também pela Bélgica, França e Holanda com a capoeira, fiz amizades e retornarei após um ano para dar continuidade ao projeto.
 
Na época de 1986 já tinha começado a chegada de novas pessoas com novos hábitos e que traziam diferentes tipos de formalidades e modos a uma aldeia de pescadores que viviam 90% da pesca. Tinham criações ( galinhas, porcos, vacas, ovelhas, etc) e plantações ( milho, feijão e as frutas típicas que ali se encontra). Com o negócio chamado de TROCA era o grande meio de comercialização de produtos: Troca-se peixe por farinha, rapadura, tapioca, bolo manuê, grude, cuscuz até arroz, óleo e muitos outros tipos de alimentos na terra do peixe, se pescava muito de currais ( espécie de cerca que o peixe entrava e ficava encurralados, era fartura).
 
Os primeiros turista em Jeri chegaram com mochilões em cima de burros e jumentos, por cima das dunas de areia, mochileiros aventureiros que desafiavam os limites e curiosidades ao despertar belezas encantadoras e tipos diferentes de sobrevivência. Nas ruas de Jeri porcos e muitos outros bichos se espanavam a liberdade e a tranqüilidade. Crianças de pé no chão, completamente sem roupas, brincando de montar em porcos, ovelhas e brincavam também com carrinhos de lata, barquinhos de talo de coqueiro e outras formas de brinquedos que manualmente criavam numa forma bela e artesanal. As novas pessoas que ali chegavam aprendiam e ensinavam modos e maneira diferentes de costumes do que tinha de mais novo e moderno.
 

CHEGADA DA CAPOEIRA EM JERICOACOARA

 

A capoeira tem mais de 300 anos de resistência. Um lugar de difícil acesso, tudo era novo, só tinha rádio a bateria e uma tv preto e branco da Tia Dôza. Eu vivi e estou passando esta história que aqui passamos.
 
Na época tinha 08 anos, estava brincando na sombra de uma árvore em frente a casa de meus pais foi quando eu vi um rapaz de cabelos louros e enrolados pulando para trás da calçada de Dona Maria da torta. Eu e meus colegas não acreditávamos no que aquele louco estava fazendo, então perguntamos a ele: O que estava fazendo? E o mesmo respondeu que estava fazendo pulo mortal para melhor secar do banho que tinha tomado na bomba manual na rua principal e ainda nos disse: isso é arte, é capoeira, depois ele nos convidou para ir casa de Dona Filó vizinha de seu Manoel Leó, chegando lá eles nos mostrou instrumentos chamado o berimbau e já começou a tocar e cantar músicas que nos deixou arrepiados e admirados.
 
Nos dias seguintes íamos aprender a gingar, a cantar e tocar e isso nos trouxe felicidades, encontrando um novo modo de brincar felizes com os amigos. O Rapaz o qual estamos falando chamava-se Araminho e estava acompanhado com mais dois companheiros, um deles chamado de Pica-Pau nomes ou apelido que a capoeira batizava. Logo nos primeiros encontros me deram um apelido WERLIN que seria Wesley pequeno.
 
A primeira vez que fomos as dunas e praia juntos começaram a fazer movimentos loucos, como pular a duna grande de cima para baixo de costa dando mortais, mais de 40, incrível, quando chegava embaixo subia nos coqueiros e saciavam a sede com os a água dos cocos verdes que eram de graça, pois os mesmos eram nas dunas, sem dono. Apaixonei-me pela arte e em seguida convidamos muitos outros para aprender a ginga da capoeira na praia e assim começou a história da nossa capoeira em Jeri, livre e espontânea.
 
Amarildo ( nativo capoeirista ) logo desafiou os limites da grande duna de areia com mortais similares aos de Araminho, com a facilidade das crianças as rodas de capoeira se enchiam de novos capoeiristas e admiradores. A primeira roda de capoeira foi em cima da grande duna e outras lá aconteceram, nas ruas, nas praias e até na beira da lagoa.
 
A primeira geração de capoeiristas, Araminho e seus colegas, Werlin, Amarildo, Puçar, Solange, Aroldo, Zé Manoel e outros. Passaram por aqui outros mestre e professores da arte, contribuindo com seu axé. Alguns tiveram um longo tempo de trabalho, Dodi, dois meses, Dadim, alguns anos e Pipa o professor que revolucionou a história aqui na Vila, durante mais de 08 anos, hoje ele está na Europa divulgando a arte.
 
Obrigado a Deus e continue protegendo a vila e os moradores de Jericoacoara, apesar das dificuldades que passamos hoje com as explorações, invasões e muitos outros problemas, de saúde, saneamento básico, hospitais com profissionais qualificados, falta de bons professores e grau de ensino maior para que as pessoas não se destaquem a Jijoca em pau de arara que trará problemas de saúde, como por exemplo dores de coluna, falta de segurança na vila para impedir o trafico de drogas, certos tipos de violências e prostituição infantil, é a vontade desse grupo trabalhar e incentivar a educação aos nossos futuros e atuais moradores uma vida exemplar para qualquer cidadão. 
 
Estamos continuando sem dinheiro, mas temos força e determinação para seguir em frente trabalhando e educando quem quiser se juntar a nós é só procurar o nosso endereço que estaremos sempre de braços abertos para recebê-los. 
 

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